domingo, 7 de dezembro de 2008

Para Romilda

Ontem, 6 de dezembro, organizando a casa de minha mãe, falecida em 17 de outubro, encontrei uma carta escrita por ela em 8 de junho de 1964 que muito me emocionou - mesmo sabendo que essa carta nunca chegara a seu destino.
Por sabê-la de pouca instrução (fizera apenas dois anos de primário), surpreendi-me, novamente, com o nível de conhecimento dela: letra bonita, escrita perfeita, felicidade e bom humor.
Em memória a esta grande mulher que fôra e a quem devo tudo (sua força e seu apoio ao marido, meu pai, Antonio, foram fundamentais para a harmonia familiar), transcrevo-a a seguir.

Rio Claro, 8 de junho de 1964
Querida amiga Helena
Saudações
Desejo que ao receber esta carta, todos estejam gozando perfeita saúde.
Por aqui vamos todos bem graças a Deus, a minha mãe está comigo e os negócios vão mais ou menos.
O Cláudio Cesar já está no Jardim da Infância, no Grupo Escolar que fica bem perto de casa. A Deborah já está mais gorda e creio que já cresceu bastante aqui.
Helena, no dia 26 deste mês, eu e a Deborah vamos para São Paulo, porque no dia 27, sábado, eu vou fazer compras na Rua 25 de Março. Nós vamos com o trem de meio-dia, chegando em São Paulo mais ou menos às 3 horas, e vamos diretamente fazer uma visitinha para a "Helena Castilho & Cia", e vamos filar uma janta na casa dela, tá?
Helena, será que você pode cortar o meu cabelo e o da Deborah? Espero que não vá dizer não. Você não é disso, não é?
Depois à noitinha eu vou para a casa de minha sogra, e no sábado à tarde o Antoninho e o Cláudio Cesar vão também para São Paulo, porque a menina da Glória, minha cunhada, vai fazer um aninho.
Por agora é só, vou deixar as novidades para contar pessoalmente.
Lembranças a todos, e a você um grande abraço da amiga que não a esquece.
Romilda

Um comentário:

Érica disse...

Deh, acredito que, para algumas - poucas - pessoas, não é preciso ter instrução; basta ter coração. :o)
Bonita homenagem à sua mãe.