terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Revista Feijoada VIP Refúgio

Capa da revista Feijoada VIP Refúgio, um dos trabalhos mais legais que assinei em 2010, produzido pela Du.Scatolin com muita competência e bom gosto.

“As indústrias do aço precisam ter interesse no mercado da habitação popular”




Ocupando a cadeira de Diretor Técnico da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) do Estado de São Paulo desde janeiro de 2007, João Abukater Neto tem reforçado a adoção de práticas modernas para oferecer habitação de qualidade às famílias de baixa renda.
Dentre as ações de modernização dos processos habitacionais estão o Qualihab, programa de qualidade da CDHU que tem materiais e sistemas construtivos industrializados aprovados a partir do cumprimento de exigências técnicas e de ensaios em laboratórios acreditados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), e que serviu de referência para o PBQP-H (Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat).
Para o Diretor Técnico, o sistema construtivo do aço é um caminho para atender à demanda por novas moradias e suprir o grande déficit habitacional brasileiro. A CDHU já possui várias unidades construídas com estrutura em aço e apostou no steel framing para construir o primeiro Vila Dignidade, condomínio para idosos de Avaré, no interior de São Paulo, modelo que servirá para os outros dez projetos, com 24 unidades cada, três já contratados e sete em licitação.
A política habitacional que a CDHU tem colocado em prática prevê dobrar o número de unidades construídas, e sua diretoria espera que a indústria do aço participe com sua tecnologia e matéria-prima, já que, como diz Abukater Neto, o Brasil é rico na produção de aço.



AA. Quais experiências a CDHU já teve com projetos construídos com estruturas em aço?
JAN. A CDHU talvez seja a única empresa de construção do país que tem escala de empreendimentos feitos em estrutura metálica. São milhares de unidades construídas neste sistema.


AA. A performance dos projetos realizados em aço atendeu às expectativas da CDHU?
JAN. As unidades construídas estão em pleno uso e as estruturas estão funcionando bem, cumprindo seu papel. Tivemos alguns recalls, que foram fruto da própria falta de experiência dos construtores, que não estavam acostumados com este sistema construtivo. Em resumo, a CDHU está preparada e aberta para as construções que utilizem a estrutura em aço.


AA. Os editais recentes da CDHU permitem que as empresas licitadas optem pelos sistemas construtivos industrializados. Neste caso, quais as principais características e diferenciais da construção em aço em relação aos demais sistemas? Quais benefícios o senhor pode destacar com a experiência da CDHU?
JAN. Historicamente e enquanto Estado, a CDHU sempre procurou a vanguarda de políticas públicas que tratem tanto das questões sociais do setor, quanto dos sistemas construtivos. Um exemplo é o PBQP-H, que nasceu depois do Qualihab e foi criado com a experiência de São Paulo. Os editais permitem que os sistemas construtivos concorram entre si, desde que sejam sistemas aprovados pela QualiHab, isto é, sejam certificados. O que temos percebido é que as empresas que concorrem às licitações estão pensando em construir, hoje, com sistemas industrializados.
No caso das estruturas em aço, elas têm como diferenciais a velocidade na construção e a consequente diminuição dos custos indiretos, proporcionando retorno financeiro.
Temos, atualmente, escassez de mão-de-obra qualificada na construção civil - e não conseguiremos suprir nem a demanda atual, nem a demanda futura – e isso não pode impactar no aumento do custo dos projetos.
No processo industrializado isso não acontece, pois sua mão-de-obra é qualificada.


AA. Pensando no custo total do empreendimento, como se comporta um projeto construído em aço, comparativamente aos sistemas convencionais?
JAN. Qualquer sistema industrializado de construção só é competitivo se tiver condições de ser produzido em escala. Nos programas habitacionais, a garantia são as escalas, uma vez que o déficit habitacional é muito grande.
O custo do sistema em aço, como já disse, é competitivo nas questões prazo da construção, uso e manutenção, porque, às vezes, uma obra sai mais cara para manter do que para ser construída.


AA. Em sua opinião, a indústria da construção em aço está preparada para atender adequadamente à demanda dos programas de moradia popular, considerando os aspectos de projeto, execução e manutenção durante a vida útil do empreendimento?
JAN. Isso quem sabe são as próprias empresas, mas espero que sim. E afirmo que as indústrias do setor precisam ter interesse no mercado da habitação popular. Se não houver interesse por parte das indústrias em absorver a nossa demanda, eu diria que este é um erro estratégico. Afinal, a construção civil é o motor de crescimento de qualquer país, que só conseguirá crescer se tiver um setor de construção civil em crescimento acelerado.
Sinceramente, espero que a indústria do aço dê atenção às nossas necessidades, e não apenas ao fornecimento de vergalhões, mas também em estruturas, laminados e perfis, para contribuir com o crescimento da construção civil, tanto em sistemas abertos, fechados e mistos. Lembrando que o Brasil é rico na matéria-prima do aço, não podemos deixar de usar essa riqueza.
E se houve uma ausência da indústria do aço no passado nos programas do setor não foi por vontade nossa. Por isso, espero que o investimento das empresas do aço nos programas habitacionais se torne uma política permanente.


AA. E, por fim, qual a perspectiva do uso das estruturas metálicas nos projetos habitacionais de interesse social para os próximos anos?
JAN. O mercado é muito grande e, com certeza, tem espaço para todos!
Entrevista publicada na revista Arquitetura&Aço, edição n° 23, 2010 - Foto: divulgação

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Explicando o inexplicável


A Santo Amaro a Galope foi até Capivari, a cerca de 100 km de São Paulo, para conhecer os fundamentos da educação equestre. Dentre as lições que aprendemos com o horseman José Eduardo Borba está que o instinto de preservação do cavalo é que comanda suas ações; mas sobre as técnicas de seu trabalho, tentaremos explicar o inexplicável, porque o segredo para ser um “encantador de cavalos” – termo que Borba não gosta - continua uma incógnita!
“Cavalos,
Abençoados sejam todos eles.
Me mantiveram buscando riscos e desafios,
Muitas vezes me frustraram,
Mas sempre me provocaram muito respeito
E, conseguiram me manter completamente apaixonado.”
Jay Dusard


“Algumas pessoas optam por acreditar que o cavalo sempre quer brigar conosco e que precisamos mostrar quem manda por meio da imposição, coerção ou intimidação, como preconiza a equitação convencional. Existem pessoas que promovem a consciência de que o cavalo é um ser vivo que sente, pensa, decide e tem uma capacidade enorme de aprender quando nos dispomos a ensiná-lo a partir de uma relação de respeito mútuo, de parceria e de confiança.”
Esta frase de José Eduardo Borba resume o que hoje se chama educação equestre. Borba também gosta de salientar que acredita que “dentre os animais de nosso convívio, o cavalo talvez seja um dos que mais têm nobreza. Aprender a conviver procurando uma integração de verdadeira parceria, só pode nos melhorar como pessoas”.
Mas o que isso tem a ver com o hipismo? Tudo, porque, como diz Borba, de 64 anos e titular do Projeto Doma há 38, ao repensarmos o conceito de autoridade e entendendo que para os cavalos não é importante saber quem manda, mas o valor da dúvida, obtém-se respostas mais rápidas e consistentes para o objetivo do cavaleiro.
E qual a diferença entre a educação equestre ensinada pelo Projeto Doma e a educação equestre convencional? Mais uma vez a resposta é “tudo”. Os ensinamentos do Projeto Doma, sediado em Capivari, têm por objetivo inspirar as pessoas a se comportarem como verdadeiros horsemen e a melhorarem enquanto seres humanos, acreditando que a relação homem-cavalo “é uma metáfora perfeita para os desafios da vida. Na educação das crianças, na maneira de tocar empresas ou mesmo quando encontramos um parceiro para dançar, onde dois parecem um”, diz Borba, que define seu trabalho como “artístico e filosófico e, para tanto, tem como ponto de partida um pensamento de Jung: ‘Uma das funções da arte é levar as pessoas o mais próximo possível da percepção’”.
Nos cursos ministrados por José Eduardo Borba existe um fim, mas não existe um método específico para se chegar a este fim, porque o que pode servir para um animal às vezes não serve para outro. Partindo deste princípio, o que o horseman ensina aos alunos “é paciência, amor, carinho e energia, porque os animais conhecem e respeitam o homem que deles cuida. Eles sentem vibrações de simpatia e dedicação e retribuem à sua maneira a esta dedicação. É preciso ter consciência e saber separar o que é lazer e o que é trabalho e nunca confundir energia com judiação, carinho com paparicação, ou desobediência com ignorância".
Estas lições de sinergia entre homem e cavalo Borba aprendeu, primeiro, quando morou no Texas, em 1975, e ficou horrorizado com a forma com que os cowboys tratavam os cavalos, e depois quando Pulle (que trabalhava os cavalos de Doda no CHSA), lhe indicou três livros que mudaram sua vida: Os Princípios Fundamentais do Cavalo e do Cavaleiro e My horses, my teachers, ambos de Alois Podhajsky (diretor da Escola de Viena por 30 anos), e Western horsemanship and equitation, de Dwight Stewart. E foi na Califórnia, em 1978, que o horseman brasileiro teve o contato com a equitação da península ibérica, ”de tradição militar, com freios especiais, na qual o cavalo trabalha todo flexionado, muito diferente dos cavalos do Texas”, afirma.
Se a forma de enxergar o cavalo já havia mudado 180° na vida de Borba, depois que ele conheceu os ícones do horsemenship Tom Dorrance, Ray Hunt e Martin Black, o panorama mudou mais ainda. “Esses três diziam que o cavalo tem necessidades internas que vêm de seu instinto de preservação. E não está escrito em nenhum ‘manual de equitação’ que, para o cavalo, em primeiro lugar está a comida, e que ele é um animal de fuga”, diz Borba, “e não tem absolutamente nada para se proteger que não sejam suas patas para fugir. O significado e a importância do instinto de preservação no cavalo são coisas que as pessoas que mexem com o animal precisam ter na cabeça.”
Ou seja, se o cavalo está ansioso, angustiado, inseguro, desconfiado, é o instinto de preservação que vem em primeiro lugar, e nesse momento, como diz Borba, “ele não entende nada, porque sua preservação está em sua frente. O ser humano precisa entender o cavalo para dar-lhe uma vida melhor; fazendo isso, consegue-se qualquer coisa”.
Outro ponto fundamental que quem trata com cavalo precisa saber, segundo Borba, é que o cavalo é um animal de manada, e consequentemente, precisa ter vida social. “Se um cavalo fica isolado dos outros cavalos, ele começa a ficar angustiado, frustrado. Um exemplo é um cavalo que domei para um haras: ele veio na barriga da égua, nasceu fora de estação e foi criado sozinho com a mãe no piquete. Desmamou, recriou e nunca teve contato com outro cavalo. A tarefa mais enlouquecedora da minha vida foi mexer com este cavalo, porque ele não tinha limites, era um maluco, um mimado!”
No Projeto Doma, Borba ensina que tudo em cavalo é o equilíbrio do alívio e da pressão. “É preciso entender o universo do cavalo, e 99% das pessoas se comportam como se o universo do cavalo não existisse, só o do ser humano. Por exemplo, todo mundo diz que cavalo aprende na pressão, mas na verdade, aprende no alívio, a pressão o motiva. Qualquer animal predado gosta de conforto físico, mental e emocional. É a única coisa que interessa para ele. Com o cavalo é a mesma coisa: ele vive o aqui e agora, cada passo dele é uma vida. Um cavalo na natureza anda de 30 a 40 km por dia procurando comida e água, porque, ao contrário de outros animais, não guarda comida para o futuro. Por isso, o cavalo tem uma psicologia muito diferente da grande maioria dos animais. E ele consegue exercer um fascínio enorme nas pessoas. E quem não tem este fascínio não monta a cavalo.”
A grande dificuldade do trabalho realizado por Borba é que não existe uma técnica porque no trato com o cavalo, 100% da técnica são “como” e não “porque”. Ou seja, com o cavalo, tudo o que uma pessoa fizer que faça sentido, ele aprenderá. “É como dançar”, afirma. “O homem não vai conduzir uma mulher por dor ou por intimidação. A mulher o segue por outra razão. Quando há a sintonia, o conjunto cavaleiro-cavalo se sai bem nas provas, dá tudo certo. Mas, normalmente, o cavaleiro imprime um grau de dificuldade em que um dos dois (homem ou cavalo) não está preparado. Por isso, meus cursos focam mais a atenção sobre si do que os de educação de equitação.”
Vale destacar um dos três principais fundamentos que Borba trouxe da Califórnia para o Brasil: nunca se perca emocionalmente com um cavalo. “Essa foi a lição inesquecível que aprendi: sempre digo que o único lugar em que se as pessoas se perdem emocionalmente sem ter de enfrentar as consequências é no curral, porque se você se perde emocionalmente no trabalho, no escritório, na empresa, com um filho, as pessoas chamam a polícia; no curral ninguém pode falar nada e se defender.”
E ensinando as pessoas a desenvolverem a sensibilidade, o timing e o discernimento no universo do cavalo, Borba tem certeza de que as está ajudando a melhorarem a comunicação com os cavalos e a cada uma a libertar o seu espírito.


Texto para a edição n° 6 da revista Santo Amaro a Galope, julho de 2010 - Fotos: Anna Paula Carvalho, para o Clube Hípico de Santo Amaro

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Design e funcionalidade na cozinha

Parte imprescindível de uma refeição, os utensílios tornam mais nobres os momentos especiais em família ou entre amigos. Com design único, são capazes de compor ambientes e momentos com estilo, personalidade e elegância. Confira algumas peças que vão do clássico ao moderno, mas que têm em comum referências em beleza e sofisticação.

Fruteira assimétrica
Formada por uma base de poliéster e por hastes suspensas de alumínio maciço, a fruteira Flux, da Bade, é uma peça totalmente diferente das tradicionais circulares. De forma assimétrica, a leveza da peça se baseia na distribuição do peso para formar um conjunto harmônico e charmoso. A fruteira tem pintura eletroestástica na cor inox e está disponível na loja online da bade – http://loja.bade.com.br/.

Café expresso
Com design exclusivo de Andreas Seegatz, a cafeteira Diva tem o corpo feito em um único bloco de liga especial de alumínio e reúne várias funções: controle manual de água, filtro especial que permite café de alta pureza e vapor para produzir espuma de leite, cappuccino e macchiato. Sua base aquecida mantém as xícaras na temperatura ideal. Pode ser adquirida na ObraVip Online,
www.obravip.com.

Batedeira do MoMa
A icônica batedeira Stand Mixer, da KitchenAid, faz parte do acervo do MoMa, de Nova York e foi lançada no Brasil em edição limitada, comemorativa aos 90 anos da marca. Na cor cereja perolada e com tigela de vidro, são comercializadas em lotes na loja da marca, localizada na Alameda Gabriel Monteiro da Silva, n° 1.241 (telefone 3081-6105), e nas lojas do Grupo Santa Helena (Suxxar, Cleusa Presentes, Espaço Santa Helena) e no Submarino (
www.submarino.com.br).


Design Collection
Zon Design, Mário Bianchi, Elisa Milan Tramontina e Irmãos Ciani são alguns nomes do design contemporâneo que assinam as peças da linha Tramontina Design Collection, a qual, segundo a empresa, é uma coleção de peças com o design pensado, elaborado, esculpido em cada detalhe. E este conceito se estende para a área de lazer, como o faqueiro para churrasco da linha Originale. A variedade de produtos dessa coleção é grande e vale a pena conferir,
www.tramontinadesigncollection.com/produto/tipo/churrasco.





Texto publicado na revista Santo Amaro a Galope, edição n° 4 - março de 2010
Fotos: divulgação

Delícias de dar água na boca



A alta gastronomia portuguesa é o carro-chefe dos restaurantes A bela Sintra e Trindade, do empresário Carlos Bettencourt, que lançou o serviço de buffet para amantes da boa comida

Um jantar especial ou um simples coquetel para amigos com as delícias da culinária portuguesa. Tudo sem precisar se estressar com compras e com a execução dos pratos. A sugestão para que maravilhas gastronômicas engrandeçam ainda mais um evento é o Buffet Bela Sintra, comandado pelo restaurateur Carlos Bettencourt.
Tudo começou em 2004, quando o empresário português inaugurou o restaurante A bela Sintra, uma homenagem à cidade de Sintra, com enfoque na alta gastronomia de Portugal. Depois, em 2007, veio o Trindade. No ano seguinte, e após o sucesso dos dois restaurantes, Bettencourt lançou seu novo empreendimento, o Buffet Bela Sintra, e a inauguração aconteceu em grande estilo: um jantar para convidados especiais na casa da apresentadora Hebe Camargo.
A ideia de Bettencourt com o buffet foi o de profissionalizar um serviço que é muito solicitado no dia a dia, embora não quisesse comprometer a estrutura de seus dois restaurantes. Assim, o Buffet tem estrutura e cozinha independentes.
O negócio deu certo e Bettencourt já levou seu buffet para abrilhantar eventos como o Portus Cale do MASP e Projeto Velho Amigo – Les Chefs & Décor, na Daslu. O sucesso é resultado da minuciosa supervisão de Bettencourt e de seus sócios, Helena e Duda Caio, que fazem questão de acompanhar e personalizar cada evento, combinando criatividade e requinte para atender aos sofisticados clientes.
Dentre os pratos mais apreciados, Bettencourt garante que estão o Bacalhau Espiritual, Filé à Bela Sintra e Arroz de Pato. E ele adianta as novidades de seu Buffet. “Nossa chef já está criando novos itens para nosso menu, baseados em seu estágio com o chef Olivier Costa, tais como as Batatas Bravas; Folhadinhos com Queijo de Cabra, Mel e Nozes; Alheira de Caça com Ovos de Codorniz; Vieiras à Provençal; Mini Hamburger com Foie Gras e Cebola Caramelizada em Vinho do Porto; Coulant de Chocolate com Sorvete de Baunilha e Coulis de Frutos Vermelhos e Profiteroles Recheados com Creme de Nutella e Calda de Chocolate”.
Como sugestões para a estação outono-inverno, o restaurateur recomenda Bacalhau de Forno com Batatas ao Murro, Pétalas de Tomate, Brócolis e Ovos; Paleta de Cordeiro do Alentejo com Feijão Branco, e Camarão ao Champanhe. Delícias que enchem os olhos e que podem ser servidas em eventos corporativos e reuniões empresariais, aniversários, chás de bebê, chá da tarde, chá de cozinha, casamentos e eventos sociais. Os telefones de contato são 5052-4339/5052-5184, ou pelo site http://www.buffetbelasintra.com.br/.


Texto publicado na revista Santo Amaro a Galope, edição n° 4 - março de 2010
Fotos: divulgação

Responsabilidade em projetar edifícios dignos

Com mais de três décadas de profissão, o arquiteto Sérgio Roberto Parada tem em seu currículo diversos prêmios e homenagens, consequência das inúmeras obras projetadas nas mais diversas tipologias, que vão de edifícios comerciais a terminais de passageiros. Dentre as obras mais recentes de sua autoria, e que provam sua versatilidade profissional, estão a cobertura da piscina semiolímpica do Iate Clube de Brasília, a sede do Iphan, ambos em Brasília, e o Aeroporto Internacional de Wuxi Shuofang, na China. Curitibano de nascimento e brasiliense de coração desde 1997, quando montou seu escritório na capital federal, Parada fala nesta entrevista de seu processo de criação e da construção do Aeroporto Internacional de Brasília, que tem gerado polêmica entre profissionais do setor.
O sr. disse que no momento de reflexão sobre o desenho do edifício procura aprimorar a qualidade espacial, o respeito ao espaço público, a melhor tecnologia e sempre buscando minimizar o consumo de energia. Como estes conceitos se aplicam ao projeto do aeroporto de Brasília?
Sérgio Parada - Se aplicam integralmente. Desde os primeiros esboços que elaborei, baseado no programa estabelecido pela Infraero e apesar das restrições que tinha pela frente, como o terminal existente que deveria continuar operando enquanto as obras de ampliação fossem se desenvolvendo, tinha em mente a concepção de um edifício que pudesse aproveitar ao máximo aquilo que a natureza nos oferece, como luz e ventilação naturais, além de criar com generosidade a integração do espaço externo com o interno do edifício, criando uma praça coberta onde formasse um ponto de encontro entre pessoas que chegam e que partem. Acho que um edifício, principalmente público, deve sempre pensar na minimização de custos de manutenção, assim como no consumo de energia.
A Infraero decidiu completar o projeto do aeroporto JK, com a construção do Satélite Sul, utilizando um novo modelo. O sr. concorda com esta decisão?SP - Quando li sobre a decisão da Infraero, realmente fiquei preocupado e indignado, pois demonstrava uma visão distorcida sobre a arquitetura do terminal, e publicamente víamos uma total insensibilidade no tratar e entender a arquitetura como um produto de nossa cultura. O terminal de Brasília tem suportado uma demanda muito acima daquela para qual o edifício foi projetado, e mesmo assim tem mantido sua dignidade arquitetônica. Claro que dentro deste panorama de desequilíbrio de área construída e demandas, encontramos alguns problemas, dentre eles o desconforto dos passageiros nas horas de pico, assim como a saturação de espaços para algumas atividades operacionais. No entanto, o terminal tem resistido a isso tudo.
O problema não é da concepção “antiga” e “ineficaz” da arquitetura do terminal, mas sim a falta de planejamento da Infraero, que tinha em mãos todos os dados de crescimento da demanda acima do estabelecido pelo plano diretor e não fez o planejamento adequado e necessário para minimizar os impactos negativos. A Infraero deveria ter concluído totalmente o atual terminal no início desta década, juntamente com as obras realizadas em 2004. Deveria também estar com o projeto do novo terminal, adjacente a este, concluído para licitação da obra. Certamente, se isso tivesse sido considerado, não teríamos de enfrentar esses problemas que hoje detectamos no terminal de passageiros
Como o projeto de reforma, ampliação e modernização otimizou a infraestrutura existente e viabilizou a construção em etapas? O aço foi elemento definidor para agilizar a obra?SP - Este projeto/obra me proporcionou um grande aprendizado, e acredito que para toda a equipe técnica. Naquela época, tínhamos uma vontade de realizar um trabalho e qualidade de obra muito grandes. Éramos todos muito unidos pelo mesmo objetivo e este foi um dos grandes segredos deste trabalho tão complexo se tornar realidade. Hoje, quando vemos a obra parcialmente pronta, não imaginamos a complexidade em se resolver um projeto de um terminal de passageiros praticamente sendo construído sobre outro existente, com todas as interferências operacionais e construtivas. Foi um trabalho feito por muitas mãos que resultou no desenho de um edifício que eu defendia e que trazia um resgate de uma ideia para Brasília.
Tínhamos que tomar por base que o aproveitamento máximo da infraestrutura existente era fundamental, principalmente na questão de pátio de aeronaves, construção muito cara. Depois, o edifício sofreria uma metamorfose, ou seja, se transformaria num terminal moderno e adequado às necessidades, com pontes de embarque/desembarque, utilização de sistemas de controle do edifício de última geração, enfim, uma aposta na modernização. Para que tudo isso fosse realizado, claro que a tecnologia de construção deveria atender às exigências de segurança, tempo adequado, adaptações de operações etc.
Neste processo, a técnica do uso do aço foi fundamental, da mesma forma que a pré-fabricação do concreto e outras técnicas. O importante disso tudo foi o resultado obtido, que apesar das limitações existentes, o terminal de passageiros mostrou sua dignidade e responsabilidade para com a cidade.
Como é criar um projeto para uma cidade em que existem diversas obras de Niemeyer?SP - Independentemente da maravilhosa obra de Niemeyer, e de outros tantos arquitetos valorosos que contribuíram com a arquitetura de Brasília e do Brasil, acredito que todos nós, arquitetos, devemos ter uma grande responsabilidade que é criar edifícios dignos, que atendam às necessidades programáticas, que levem consigo a marca de sua época, e fundamentalmente o respeito para com o meio natural e artificial onde estão inseridos. Então, dentro destes conceitos, cada arquiteto coloca seu conhecimento e sua responsabilidade quando desenha um edifício. No entanto, para mim, sempre é uma honra fazer qualquer trabalho para essa cidade que amo e considero minha também, e o fato dessas obras conviverem com tantos mestres da arquitetura brasileira, lado a lado, é uma honra.
Em sua opinião, qual sistema construtivo viabilizará as obras de infraestrutura visando a Copa 2014 e os Jogos Olímpicos?SP - O apuro tecnológico do aço será fundamental para viabilizar toda a infraestrutura que o Brasil deverá construir em tão curto espaço de tempo. Já estamos em 2010 e não estamos vendo nada em construção. Como temos percebido ultimamente no mundo, a tecnologia do aço se torna cada vez mais evidente e necessária. Digo evidente porque dificilmente vemos, nos dias de hoje, edifícios que necessitem de grandes vãos ou grandes alturas que não sejam pensados com a técnica do aço. Necessário porque além da tecnologia que atenderá a uma necessidade física, ou melhor, atenderá à estabilidade da edificação, temos o tempo como fator primordial e a possibilidade de um maior emprego do processo de industrialização, diretamente ligada à construção civil.

Foto: divulgação

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Bazinga!


Ando sem inspiração e sem tempo para escrever aqui, mas precisava publicar esta capa da próxima Movie5. É bazinga!