segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Ação humana na tragédia catarinense

Especialistas ambientais estudam a tragédia ocorrida no final de novembro em Santa Catarina e afirmam categoricamente: ainda é cedo para relacionar a tragédia das chuvas com possíveis mudanças no clima causadas pelo aquecimento global e garantem que a ação humana é um fator que pode ser incluída como um dos fatores que provocaram este desastre.
“O Sul do Brasil é uma região de chuvas abundantes, então cada vez mais terá que se pensar no processo de ocupação urbana”, comentou a coordenadora de previsão do tempo do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram/Epagri), Laura Rodrigues, para o site Envolverde. Ela destacou, ainda, que o estado já teve um volume muito grande de chuvas e condições atmosféricas similares, como em dezembro de 1995, que provocou enchentes na Grande Florianópolis.
Para ela, não se pode culpar apenas o excesso de chuva pelo problema, mas o modo como crescem as cidades, sem a devida atenção para os limites ambientais. “Cada vez mais, com a maior ocupação, construções irregulares, a situação ficará pior. Fatores como desmatamento também acabam contribuindo com o desastre”, disse à reportagem do site, ressaltando que uma inundação como esta a 10 anos atrás não causaria tantos estragos.
Dentre as possíveis causas, está o processo de urbanização, aumentando a impermeabilização do solo e que, nas áreas planas, reforça o problema das enchentes. Já nas de encostas, acelera a velocidade de descida da água. Ou seja, a ocupação inadequada dos morros da região de Itajaí é um dos fatores desta tragédia anunciada.
A falta de muros de contenção, inclusive nas estradas, e o desmatamento também são fatores que contribuíram para o desastre, uma vez que é sabido que a vegetação ajuda a segurar a terra e a partir do momento em que se iniciou a retirada do solo do morro e colocou-se asfalto, construíram-se casas, alterou a drenagem natural, colaborando para que o efeito do excesso de chuvas fosse mais drástico.
Em reportagem para o Programa de Domingo, da Rede Record, edição de 30 de novembro, Paulo Henrique Amorim esteve na região de Ilhota, cidade mais afetada pelas enchentes, e destacou que houve a retirada da madeira para comercialização, substituindo por plantações de bananeiras.
O que percebemos é que as ações humanas não têm medido suas conseqüências, e a natureza responde na maioria das vezes de forma violenta, nos alertando sobre as possibilidades futuras de novas e incontroláveis tragédias anunciadas.
Na foto, o presidente Lula sobrevoa a região catarinense alagada

Um comentário:

Gabriela Matarazzo disse...

Oi querida! Que saudade de vc!
Escrevi no meu blog a respeito de Santa Catarina também.

A natureza vem respondendo sem dúvidas as ações do homem. Lamentável, porém colhemos o que plantamos, né?

Espero que volte tudo ao normal em SC, e mto rápido, porque não está sendo nada fácil pra eles.
Um bjo grande