terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Estação General Osório. Enfim, Ipanema

A população do Rio de Janeiro recebe uma nova e moderna estação de parada, tranformando a região e integrando-a à Comunidade do Cantagalo


Dois dias depois da comemoração do tricampeonato conquistado pela seleção brasileira de futebol, em junho de 1970, foram iniciadas as obras do metrô carioca. Sua linha prioritária deveria ligar a Barra da Tijuca a Ipanema. Em 2009, os trens do metrô finalmente chegaram a Ipanema com a inauguração, em dezembro, da Estação General Osório.
Terceira maior estação do metrô carioca, atrás apenas das paradas Carioca e Estácio, custou cerca de R$ 420 milhões e tem 12 elevadores, 17 escadas rolantes e seis esteiras rolantes. A Concessionária Metrô Rio estima que somente esta estação deverá ter um movimento de cerca de 20 mil passageiros/dia.
De acordo com o arquiteto Heitor Lopes de Sousa, da Rio Trilhos, a concepção da estação teve como ponto de partida as características de uma estação terminal que necessita de três plataformas como forma de otimizar o fluxo de usuários do sistema metroviário. O acesso às plataformas se dá por um extenso mezanino que, por meio de diversas aberturas no piso contribuem para melhorar a ventilação, direciona os fluxos para as escadas de acesso aos trens.
Na superfície, destaca-se a estrutura em tubos de aço que cobre a entrada da Estação General Osório. A ideia, segundo Heitor, era criar um marco na praça, reforçando a chegada do Metrô ao bairro, e foi inspirada, numa referência à proximidade da estação com o mar, na forma dos crustáceos, como lagostas e camarões que possuem em seus exoesqueletos camadas superpostas independentes, que propiciam sua curvatura.
“A estrutura da cobertura foi concebida em quatro seções superpostas e de tamanhos diferentes, com a parte superior na forma de arcos abatidos. Considerou-se a estrutura tubular em arco como a mais adequada. Desta forma, cada módulo é interligado por tubos com seção menor e revestidos, na sua parte superior, com policarbonato alveolar. Nas partes plana e vertical adotou-se o vidro duplo. Para maior estabilidade dos módulos, o contraventamento utiliza tirantes cruzados na parte vertical do arco. E, por fim, a cor branca para os tubos foi adotada para transmitir maior leveza e transparência ao conjunto”, ressalta o arquiteto.
Tanto na estação como em seus acessos, o aço foi empregado como elemento complementar em corrimãos e guarda-corpos, painéis de revestimento, postes de iluminação e comunicação visual, armários técnicos e dutos de insuflação.
Apesar de ter sido executada no método construtivo para túneis em rocha, a arquitetura da estação, em seu corpo principal – áreas de embarque e desembarque de passageiros -, não transmite a sensação de confinamento, pois seu projeto, segundo Heitor, gerou a maior seção de túnel em rocha em meio urbano até hoje no Brasil. Além disso, o mezanino “recortado” propicia uma volumetria diferenciada, oferecendo mais conforto aos usuários.
A acessibilidade e a sustentabilidade também são características da Estação General Osório: nos acessos com maior extensão foram instaladas esteiras e escadas rolantes, e o planejamento da obra teve como foco interferir o mínimo possível no cotidiano de seu entorno. Mais um ponto para a tecnologia dos modernos sistemas construtivos.

Texto publicado na revista Arquitetura&Aço n° 24, dezembro de 2010
Foto cedida pela Ascom da Rio Trilhos

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