segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Edifícios verdes no Brasil



Edifício Cidade Nova, sede da Universidade Petrobras

Quando um edifício tem o certificado Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) significa que ele é uma construção verde, ou seja, cumpre uma série de exigências que visam à sustentabilidade, como por exemplo a utilização de sistemas de redução no consumo de energia e de água.


O LEED está presente em 41 países - distribuídos por todos os continentes -, mas na maioria deles o parâmetro empregado para a obtenção do selo é o padrão norte-americano de sustentabilidade. Índia e Canadá já têm selos adaptados à sua realidade, enquanto Emirados Árabes e Itália são regiões onde este processo está em fase avançada.


Para disseminar no mercado nacional esta certificação, e para apresentá-la de forma adaptada à realidade do País, a organização não governamental GBC Brasil - Green Building Council Brasil - formou um Comitê LEED. Na prática, o projeto se baseia na experiência de mais de 70 especialistas em construção civil que foram dividos em grupos técnicos e realizam, desde janeiro deste ano, debates e encontros para discutir a realidade brasileira do setor.


Em 29 de julho, o GBC reuniu essas comissões em São Paulo e realizou uma apresentação das propostas em andamento. Os trabalhos serão concluídos e lançados em janeiro de 2009. Eis algumas das normas de adaptação que darão o "selo verde nacional" às edificações:
- Espaço sustentável: intenção de que as construções considerem a acessibilidade interna e a externa e promovam a facilidade de deslocamento de pessoas portadoras de deficiência;
- Impacto ambiental: propõe redução no impacto ambiental decorrente da construção de uma obra, levando-se em consideração fatores como a poluição sonora e o trânsito;
- Materiais regionais: criado como incentivo para que os materiais de construção sejam adquiridos a uma distância máxima de 800 km da localização da obra. Isso incentiva o empreendedorismo regional;
- Materiais para desmonte: a proposta é aproveitar o ciclo de vida dos materiais e fortalecer o mercado de reuso. Empreendimentos comerciais mudam constantemente seu espaço, deslocando divisórias de lugar, ampliando ou reduzindo salas. Peças e recursos adaptados ao desmonte ampliam o ciclo de vida dos materiais;
- Uso racional de água: quando a medição é individualizada, cada proprietário recebe a conta de água proporcional ao que utilizou. A individualização é uma tendência e provoca a redução no consumo de água;
- Energia: este item leva em conta uma constatação. Segundo Marcos Casado, coordenador do Comitê LEED e gerente técnico do GBC nacional, o Brasil é um dos poucos países em que o chuveiro é elétrico. A meta é a substituição pelo aquecimento solar;
- Redução do desperdício: Marcos Casado cita um estudo da Universidade Federal Fluminense que aponta que o desperdício na construção civil brasileira custa entre 11% e 15% do valor total da obra.


Hoje o Brasil tem algumas, embora poucas, construções certificadas, como o laboratório Delboni Auriemo, da unidade de Santana, zona Norte da capital, a agência do Banco Real de Cotia, na região metropolitana de São Paulo, a Universidade Petrobras, no Rio de Janeiro, e outro edifício no Paraná. Outros 64 empreendimentos estão buscando a aprovação do LEED, 40 deles localizados em cidades paulistas.


Exemplo recente


O edifício Cidade Nova recebeu em 16 de outubro deste ano a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), conferida pelo United States Green Building Council (USGBC). Com isso tornou-se o primeiro edifício certificado em Core & Shell do país, pela primeira construção certificada no Rio de Janeiro, pela primeira certificação Core & Shell na América Latina e a segunda fora dos Estados Unidos.


Ocupado pela Universidade Petrobras, o edifício, de aproximadamente 52 mil m² de área construída, obteve a certificação depois de ser auditado pelos representantes do Green Building sob a supervisão e consultoria da Cushman & Wakefield. Sua construção segue as normas que diminuem o impacto sobre o meio ambiente, como captação e reuso de água; instalação de vidros isotérmicos; concepção de paisagismo e área verde proporcionais ao empreendimento; controle de ar-condicionado individual; descontaminação do solo e disponibilização de vagas especiais para veículos de baixa emissão.


Fonte: Planeta Sustentável

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