quarta-feira, 5 de novembro de 2008

O dia depois de 5 de novembro de 2008

O mundo acordou hoje, 5 de novembro de 2008, com a promessa de mudanças do democrata Barack Obama, que assumirá a Casa Branca em 20 de janeiro de 2009 após uma extraordinária campanha de dois anos. Derrotou o republicano John McCain e faz história ao se tornar o primeiro negro a ser eleito presidente dos Estados Unidos.
Obama tomará posse como 44o presidente dos Estados Unidos e terá pela frente enormes desafios, como a crise econômica, a guerra do Iraque e a reforma do sistema público de saúde.Alguém sabe quem é seu vice? É o senador Joe Biden.A vitória de Barack Hussein Obama, 47 anos, filho de um negro do Quênia com uma branca do Kansas, é um marco na história estadunidense, 45 anos após o auge do movimento dos direitos civis liderado pelo pastor Martin Luther King - líder negro pioneiro na defesa dos direitos civis e defensor da justiça social, assassinado em 11 de novembro de 1984.
O mundo acorda em festa, mas nós, brasileiros, devemos ficar atentos. Em seus discursos de campanha, pouco falou de seus planos para a América Latina. Obama prefere alianças comerciais com a Europa. Para os latino-americanos, seu plano intitulado "Nova parceria para as Américas", ao contrário do que pressupõe nossa vã ingenuidade, não prevê apoio à produção brasileira de etanol e considera a Amazônia, um de nossos maiores patrimônios ambientais, um recurso global.
Esta sua proposta de "nova parceria para as Américas" foi traduzida pelo jornalista Luiz Carlos Azenha e publicada no Terra Magazine. Confira alguns trechos: "O Brasil é um exemplo do grande potencial das energias renováveis na América Latina, além dos riscos que devem ser evitados. (…) A região da Amazônia, um importante recurso global na batalha contra o aquecimento do planeta, cobre quase 60% do Brasil. Perdeu 20% da floresta - 1,6 milhão de milhas quadradas - para o desenvolvimento, a exploração da madeira e a agricultura. (…) Os produtores domésticos de etanol nos Estados Unidos se preocupam com razão com a competição do Brasil, que é o maior exportador de etanol do mundo. (…) Barack Obama quer expandir a produção de energia renovável por toda a América Latina de forma a que ao mesmo tempo promova a auto-suficiência e a criação de mercados para os fabricantes americanos de energia verde e de biocombustíveis."
O novo futuro presidente dos Estados Unidos quer estimular a produção de etanol em seu país e acredita que estimular a produção de etanol pode estimular a plantação de cana na Amazônia, desmatando nossa maior floresta, que ele diz ser um "recurso global", e não nosso, do Brasil.
Obama pode ser um líder, carismático, simpático, bonitão (sim, ele é bonito!), mas é americano, e como todo bom americano, defenderá, sim, primeiramente os interesses de seu país, mesmo que seja em detrimento de qualquer outra nação.

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