segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Aço em módulos

Por Deborah Peleias, para a revista Arquitetura & Aço, edição n° 14

Projeto das Estações de Transferência para a Prefeitura de São Paulo utiliza o aço na estrutura em módulos, agilizando o processo de produção e minimizando custos

Os paulistanos ganharam mais um equipamento urbano que, além de conferir unidade à estética da cidade, cumpre a função básica de prestar um serviço aos usuários de ônibus, dada sua praticidade e segurança. Tratam-se das Estações de Transferências instaladas em vários locais da capital, projetadas pelos arquitetos Marcelo Barbosa e Jupira Corbucci, vencedores do concurso promovido pela Prefeitura de São Paulo para o sistema integrado de transporte público.
Premiado pela Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea) em 2004, na categoria obras especiais, o projeto, segundo seus autores, se destaca por algumas características, como “transparência, modularidade e um design contemporâneo que remete à indústria automotiva”, além de oferecer conforto e apresentar grande resistência a depredações.
De acordo com os arquitetos, estes grandes “pontos de ônibus”, implantados nos canteiros centrais dos corredores de ônibus da capital paulista, foram pensados com estrutura mínima para não obstruir a visão de um lado para o outro da via e não interferir na paisagem urbana, além de atender à especificação do projeto de que a modulação das estações deveria obedecer a um módulo mínimo de 8 m que se repetisse nas estações de 16 m e 40 m, já que o sistema prevê uma distribuição conforme a demanda e infra-estrutura necessárias ao seu funcionamento – a princípio seriam 350 Estações de Transferência, cada uma composta por dois a quatro abrigos para usuários, conforme a demanda de fluxo do cruzamento.
“Pensamos em uma modulação componível que formasse uma família, com diversas dimensões, tanto na largura como no comprimento, e que satisfizesse as várias situações encontradas nos canteiros, como a quantidade de usuários e junção dos módulos em ruas inclinadas”, destaca Marcelo Barbosa.
Para as Estações de Transferência, a concepção da estrutura em módulos e das peças componíveis utilizou uma produção em série, como na indústria automotiva, imprimindo agilidade ao processo e barateando custos. “Por isso, as soluções da estrutura e do design serem focados no aço e no cálculo-limite para reduzir as dimensões dos perfis”, afirma Marcelo. A estrutura das Estações é formada por dois pórticos metálicos paralelos, cada qual constituído de uma estrutura de 22 cm de altura vencendo um vão máximo de 40 m, com apoios pontuais de 9 cm de espessura.
As primeiras Estações de Transferência entraram em operação em abril de 2004 e, atualmente, ocupam o trecho inicial do corredor da Avenida 9 de Julho, da praça da Bandeira até o túnel. São duas paradas: INSS (com duas plataformas) e Getúlio Vargas (com três plataformas).O concurso também requereu estudos para bancas de jornais e pontos de táxi, e o projeto de Jupira Corbucci e Marcelo Barbosa recebeu a atenção de publicações internacionais, confirmando o valor da criatividade brasileira na concepção e execução de projetos de design para mobiliários urbanos.

Mobiliário Belo Horizonte
Postes de iluminação
A Praça Sete de Setembro, no coração de Belo Horizonte, é o palco para o projeto dos arquitetos João Diniz, Graça Moura e Márcia Moreira, vencedores de uma das etapas do concurso BH Centro – Idéias para o Centro de Belo Horizonte. Responsáveis pelo mobiliário no trecho da rua Rio de Janeiro, os arquitetos idealizaram postes de luz de acordo a uma solicitação específica da Prefeitura em deixar o local muito bem iluminado à noite, atentando para a valorização da arquitetura histórica dos edifícios. Com 5 m de altura e a uma distância de 6 m um do outro, os postes são de aço USI SAC 41 com pintura em tonalidade forte para sobressair no conjunto.

Cobertura em balanço
A cobertura precisou atender a uma característica importante da praça: local de tráfego intenso devido à entrada de garagem de um hotel, além de ser utilizada por floristas e representar um ponto de encontro na cidade. Sua principal característica é o balanço com 5 m de largura, solucionado por meio de quatro mãos francesas em chapas com espessura de 16 mm. A estrutura é formada por quatro cantoneiras em "L", de 203 x16 mm e possui 20 m de comprimento.
Frase “A cobertura em balanço funciona como um lounge urbano, onde as pessoas podem se encontrar nas mais diversas atividades.”(Arquiteto João Diniz)

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